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25 May, 2012

Sabujos. Em forma de gente…




[Imagem: 'Web']



[…] Relvas ameaçou divulgar na Internet que a jornalista do Público vive com um homem de um partido da oposição […]

[…] O esclarecimento, assinado pela Direcção Editorial do jornal, reitera as pressões do ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares e reconstitui a ordem dos acontecimentos. Além disso, o jornal também publica as duas notícias da jornalista Maria José Oliveira sobre as incongruências da audição do ministro no Parlamento […]



02 February, 2012

Estilhaços de Lisboa*



*Na sequência disto, disto e disto.




[Imagem: 'Web']



[…] A direcção de informação da RDP (que integra a Antena 1, Antena 2, Antena 3 e RDP Internacional) demitiu-se nesta quinta-feira, na sequência do caso da crónica do jornalista Pedro Rosa Mendes […]

[…] A direcção de informação era constituída pelo director João Barreiros, pelo director adjunto Ricardo Alexandre (que era responsável pelas manhãs da Antena 1 e que entretanto já se afastara dessa função) e pelos sub-directores Rosário Lira, Paulo Sérgio, Vitor Oliveira e Eduarda Maio […]

[No 'Público']


01 February, 2012

Estilhaços de Angola…




[Imagem: 'Web']



[…] O director-adjunto de Informação da Antena 1, Ricardo Alexandre, vai deixar as manhãs informativas desta rádio, comunicou o jornalista ao Conselho de Redacção da rádio […]

[…] A saída do responsável acontece apenas uma semana depois de a RDP ter decidido acabar com o espaço de opinião “Este Tempo”, que fazia parte das manhãs informativas – alegadamente na sequência de uma crónica do jornalista Pedro Rosa Mendes, que criticava o Governo angolano […]

[…] Na crónica, Rosa Mendes criticava a emissão do programa televisivo Prós e Contras da RTP feita a partir de Angola, com a participação do ministro português que tutela a comunicação social, o ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas […]

[No 'Público']


27 January, 2012

Espinhas e enxovalhos








[…] A primeira vergonha começou com a emissão, a partir de Luanda, de um Prós e Contras rebaptizado como Reencontro. Quando conheci o objectivo da produção luandense coreografada por Fátima Campos Ferreira temi o pior - quando assisti à emissão, o pior foi ainda pior. Não fiquei apenas pessoalmente incomodado, senti que a democracia portuguesa saía dali enxovalhada […]

[…] Pedro Rosa Mendes, um profundo conhecedor de Angola, foi magistral na sua crítica àquela vergonha. "O serviço público de televisão tem estômago para muito, alguns dirão que tem estômago para tudo, mas o "reencontro" a que assistimos foi um dos mais nauseantes e grosseiros exercícios de propaganda e mistificação a que alguma vez assisti", disse na sua crónica semanal. "A nossa televisão foi a Luanda socializar com os apparatchiks do regime", prosseguiu, antes de retratar impiedosamente o regime de Eduardo dos Santos e de criticar a "subserviência" da emissão da RTP. É uma crónica que merece ser ouvida. É um texto que nos reconcilia com o jornalismo quando exercido de espinha direita […]

[…] quem, na RTP, deu a cara pelo fim da série de crónicas Este Tempo, que incluía a contribuição de Pedro Rosa Mendes, não foi a administração, pois esta sacudiu rapidamente a água do capote. A direcção de informação da Antena 1 também não se ouviu. Quem apareceu foi um velho conhecido: Luís Marinho, antigo director de informação da RDP, depois director de informação da RTP, depois administrador, agora "director-geral de conteúdos" […]

[…] O que se passou por estes dias comprova - como se tal ainda fosse necessário - que o nosso serviço público de rádio e televisão continua fiel às lógicas de submissão aos poderes do momento, um comportamento que sempre teve, com excepção de raríssimos períodos […]

[José Manuel Fernandes, no 'Público']


24 January, 2012

Tempo de palhaços. E de censura!




[Imagem: 'Web']



[…] Uma crónica crítica em relação a Angola, do jornalista Pedro Rosa Mendes, terá levado a RDP a acabar com o espaço de opinião "Este Tempo", da Antena 1 […]

[…] “Foi-me dito que a próxima seria a última porque a administração da casa não tinha gostado da última crónica sobre a RTP e Angola”, diz o jornalista […]

[…] Na polémica crónica, Rosa Mendes começa por recordar que a RTP “serviu aos portugueses” uma emissão especial em directo de Luanda e à qual chamou “Reencontro” e “na qual desfilaram, durante duas horas, responsáveis políticos, empresários, comentadores de Portugal e de Angola, entre alguns palhaços ricos e figuras grotescas do folclore local”. “O serviço público de televisão tem estômago para muito, alguns dirão que tem estômago para tudo, mas o reencontro a que assistimos desta vez foi um dos mais nauseantes e grosseiros exercícios de propaganda e mistificação a que alguma vez assisti”, continua. Carregando nas críticas, o jornalista afirma que reencontrou nessa emissão, não um país irmão, mas “a falta de vergonha de uma elite que sabe o poder que tem e o exibe em cada palavra que diz” […]

[No 'Público']


15 June, 2011

Regresso à Censura…



Este é o artigo escrito pelo General Pezarat Correia, com o título "Paulo Portas Ministro?", cuja publicação, pelo que consta aqui, aqui e aqui, terá sido recusada pelo 'Diário de Notícias'. Não se conhecem as razões de tal atitude, mas dá para notar um forte cheiro a censura à boa maneira do Estado Novo. Porque isto não é coisa que se faça nos tempos que correm, de presumível liberdade, aqui fica publicado integralmente. Para que conste.




[Imagem: 'Web']



(…) Ana Gomes provocou uma tempestade mediática com as suas declarações sobre Paulo Portas. Considero muito Ana Gomes, uma mulher de causas, frontal, corajosa, diplomata com muito relevantes serviços prestados a Portugal e à Humanidade. Confesso que me escapa alguma da sua argumentação contra Paulo Portas e não alcanço a invocação do exemplo de Strauss-Kahn. Mas estou com ela na sua conclusão: Paulo Portas não deve ser ministro na República Portuguesa.

Partilho inteiramente a conclusão ainda que através de diferentes premissas. Paulo Portas, enquanto ministro da Defesa Nacional de anterior governo, mentiu deliberadamente aos portugueses sobre a existência de armas de destruição maciça no Iraque, que serviram de pretexto para a guerra de agressão anglo-americana desencadeada em 2003. Sublinho o deliberadamente porque, não há muito tempo, num frente-a-frente televisivo, salvo erro na SICNotícias, a deputada do CDS Teresa Caeiro mostrou-se muito ofendida por Alfredo Barroso se ter referido a este caso exactamente nesses termos. A verdade é que Paulo Portas, regressado de uma visita de Estado aos EUA, declarou à comunicação social que “vira provas insofismáveis da existência de armas de destruição maciça no Iraque” (cito de cor mas as palavras foram muito aproximadamente estas). Ele não afirmou que lhe tinham dito que essas provas existiam. Não. Garantiu que vira as provas. Ora, como as armas não existiam logo as provas também não, Portas mentiu deliberadamente. E mentiu com dolo, visto que a mentira visava justificar o envolvimento de Portugal naquela guerra perversa e que se traduziu num desastre estratégico.

A tese de que afinal Portas foi enganado não colhe. É a segunda mentira. Portas não foi enganado, enganou. Um político que usa assim, fraudulentamente, o seu cargo de Estado, não deve voltar a ser ministro.

Mas já não é a primeira vez que esgrimo argumentos pelo seu impedimento para funções ministeriais. Em 12 de Abril de 2002 publiquei um artigo no Diário de Notícias em que denunciava o insulto de Paulo Portas à Instituição Militar, quando classificou a morte em combate de Jonas Savimbi como um “assassinato”. Note-se que a UNITA assumiu claramente – e como tal fazendo o elogio do seu líder –, a sua morte em combate. Portas viria pouco depois dessas declarações a ser nomeado ministro e, por isso, escrevi naquele texto: «O que se estranha, porque é grave, é que o autor de tal disparate tenha sido, posteriormente, nomeado ministro da Defesa Nacional, que tutela as Forças Armadas. Para o actual ministro da Defesa Nacional, baixas em combate, de elementos combatentes, particularmente de chefes destacados, fardados e militarmente enquadrados, num cenário e teatro de guerra, em confronto com militares inimigos, também fardados e enquadrados, constituem assassinatos. Os militares portugueses sabem que, hoje, se forem enviados para cenários de guerra […] onde eventualmente se empenhem em acções que provoquem baixas, podem vir a ser considerados, pelo ministro de que dependem, como tendo participado em assassinatos. Os militares portugueses sabem que hoje, o ministro da tutela, considera as Forças Armadas uma instituição de assassinos potenciais».

Mantenho integralmente o que então escrevi. Um homem que, com tanta leviandade, mente e aborda assuntos fundamentais de Estado, carece de dimensão ética para ser ministro da República. Lamentavelmente já o foi uma vez. Se voltar a sê-lo, como cidadão sentir-me-ei ofendido. Como militar participante no 25 de Abril, acto fundador do regime democrático vigente, sentir-me-ei traído. (…)

[Publicado aqui]