[…] A primeira vergonha começou com a emissão, a partir de Luanda, de um Prós e Contras rebaptizado como Reencontro. Quando conheci o objectivo da produção luandense coreografada por Fátima Campos Ferreira temi o pior - quando assisti à emissão, o pior foi ainda pior. Não fiquei apenas pessoalmente incomodado, senti que a democracia portuguesa saía dali enxovalhada […]
[…] Pedro Rosa Mendes, um profundo conhecedor de Angola, foi magistral na sua crítica àquela vergonha. "O serviço público de televisão tem estômago para muito, alguns dirão que tem estômago para tudo, mas o "reencontro" a que assistimos foi um dos mais nauseantes e grosseiros exercícios de propaganda e mistificação a que alguma vez assisti", disse na sua crónica semanal. "A nossa televisão foi a Luanda socializar com os apparatchiks do regime", prosseguiu, antes de retratar impiedosamente o regime de Eduardo dos Santos e de criticar a "subserviência" da emissão da RTP. É uma crónica que merece ser ouvida. É um texto que nos reconcilia com o jornalismo quando exercido de espinha direita […]
[…] quem, na RTP, deu a cara pelo fim da série de crónicas Este Tempo, que incluía a contribuição de Pedro Rosa Mendes, não foi a administração, pois esta sacudiu rapidamente a água do capote. A direcção de informação da Antena 1 também não se ouviu. Quem apareceu foi um velho conhecido: Luís Marinho, antigo director de informação da RDP, depois director de informação da RTP, depois administrador, agora "director-geral de conteúdos" […]
[…] O que se passou por estes dias comprova - como se tal ainda fosse necessário - que o nosso serviço público de rádio e televisão continua fiel às lógicas de submissão aos poderes do momento, um comportamento que sempre teve, com excepção de raríssimos períodos […]
[…] Pedro Rosa Mendes, um profundo conhecedor de Angola, foi magistral na sua crítica àquela vergonha. "O serviço público de televisão tem estômago para muito, alguns dirão que tem estômago para tudo, mas o "reencontro" a que assistimos foi um dos mais nauseantes e grosseiros exercícios de propaganda e mistificação a que alguma vez assisti", disse na sua crónica semanal. "A nossa televisão foi a Luanda socializar com os apparatchiks do regime", prosseguiu, antes de retratar impiedosamente o regime de Eduardo dos Santos e de criticar a "subserviência" da emissão da RTP. É uma crónica que merece ser ouvida. É um texto que nos reconcilia com o jornalismo quando exercido de espinha direita […]
[…] quem, na RTP, deu a cara pelo fim da série de crónicas Este Tempo, que incluía a contribuição de Pedro Rosa Mendes, não foi a administração, pois esta sacudiu rapidamente a água do capote. A direcção de informação da Antena 1 também não se ouviu. Quem apareceu foi um velho conhecido: Luís Marinho, antigo director de informação da RDP, depois director de informação da RTP, depois administrador, agora "director-geral de conteúdos" […]
[…] O que se passou por estes dias comprova - como se tal ainda fosse necessário - que o nosso serviço público de rádio e televisão continua fiel às lógicas de submissão aos poderes do momento, um comportamento que sempre teve, com excepção de raríssimos períodos […]
[José Manuel Fernandes, no 'Público']