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“(...) Anthony Diegter, músico belga que dá aulas particulares de guitarra e piano há mais de dez anos em Portugal, descobriu os livros de Eurico Cebolo quando começou a ensinar. "Os meus alunos falavam-me de uns manuais muito bons, que outros miúdos usavam", conta. "Quando vi aquilo fiquei assustado, mas depois de olhar com atenção reparei que os livros eram feitos com muito cuidado, cheios de pormenores." E têm uma virtude: "Ensinam realmente a ler música, ao contrário de muitos supostos manuais que prometem transformar-te num artista em cinco lições." (...)
(...) Eurico Augusto Cebolo nasceu a 28 de Outubro de 1938 na aldeia de Coleja, em Carrazeda de Ansiães. Descreve a sua família como "de poucas posses" e a relação com o seu pai como "difícil". Mas foi graças a ele que começou a ouvir o fado muito novo. "O meu pai tocava guitarra a acompanhar o fado, era músico animador. Quero dizer, amador. Não, espera lá, ele era mesmo animador [risos]. Teve duas casas de fados aqui no Porto e era muito popular. Ficou-me o bichinho da música." No entanto, o pai de Eurico nunca incentivou a vocação do filho: "Lembro-me que no dia em que comprei o meu primeiro acordeão, tinha 18 anos, ele me pôs fora de casa." (...)
(...) Na Baixa do Porto há mais de 35 anos, a Musicarte ocupa agora os números 80 e 82, emprega perto de uma dezena de pessoas e é uma das maiores e mais concorridas lojas do género no Porto. Cebolo diz que o negócio corre bem e desvenda um dos seus segredos: os livros. Não os manuais que o tornaram célebre, mas os outros. (...)"
Eurico Cebolo, o homem a quem comprei um piano [Yamaha U1] há mais de 25 anos, nessa mesma loja da Rua da Boavista, no Porto. Soube-o hoje apenas, pela notícia publicada, Transmontano como eu. Pois que o seja por muitos e bons anos.
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