[Imagem: 'RTP']
[…] Precisamente na altura em que se abria solenemente o ano judicial, perante o Presidente e os dignitários da corporação, uma cerimónia cuja utilidade está ainda para se perceber, João Luís Mateus Sarzedo, um sem-abrigo do Porto, foi julgado à revelia por um crime gravíssimo. Em 11 de Fevereiro de 2010, João Luís tentou roubar num supermercado do Pingo Doce um polvo (ou uma parte de um polvo) congelado e uma embalagem de champô […]
[…] Entretanto, o Estado gastou alguns milhares de euros com o julgamento, para, como lhe cabe, reprimir a criminalidade: juízes, defesa oficiosa e toda a parafernália do costume. Uma despesa justificável e justificada, que muito contribuiu para o sentimento de segurança em que os portugueses vivem e sem dúvida alegra as magnificências que discursaram para nossa edificação e repouso na abertura do ano judicial […]
[…] Entretanto, o Estado gastou alguns milhares de euros com o julgamento, para, como lhe cabe, reprimir a criminalidade: juízes, defesa oficiosa e toda a parafernália do costume. Uma despesa justificável e justificada, que muito contribuiu para o sentimento de segurança em que os portugueses vivem e sem dúvida alegra as magnificências que discursaram para nossa edificação e repouso na abertura do ano judicial […]
[Vasco Pulido Valente, no 'Público']